Rede Global de Bancos de Leite Humano no contexto da Agenda 2030

Tendo como referência a experiência internacional com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), lançados em 2001, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (Agenda 2030) se configura em um conjunto de programas, ações e diretrizes que orientam os trabalhos da Organização das Nações Unidas (ONU), e de seus 193 Estados-membros.

A nova agenda tem como desafio reunir esforços globais para a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, integrando os aspectos econômico, social e ambiental do desenvolvimento sustentável. Para tanto, foram lançados 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas a serem alcançados até o ano de 2030.

Diante desse processo, a Rede de Bancos de Leite Humano vem desempenhando um papel fundamental no que diz respeito à Saúde Global. Em 2005, diante dos altos índices de mortalidade e morbidade infantil na América Latina, agravado pelo panorama global de aumento de nascimentos de risco, países da Região se reuniram, pela primeira vez, para discutir cooperação internacional em BLH como estratégia para enfrentar esse cenário.

A criação da Rede Latino-americana foi uma conquista importante da articulação desses países que firmaram compromissos com base nos Objetivos do Milênio contemplados na denominada Carta de Brasília 2005. Em 2010, com a participação de países da Ibero América e África, foi realizado o I Fórum de Cooperação Internacional em Bancos de Leite Humano que, além de realizar uma avaliação dos últimos cinco anos de trabalho, pactuou a Carta de Brasília 2010 onde consta a criação da Rede Latino-ibero-afro-americana de Bancos de Leite Humano. Dessa forma, a rBLH buscou aprofundar o desenvolvimento de estratégias que contribuíssem para a redução da morbimortalidade neonatal por meio da ação Bancos de Leite Humano.

A partir dos resultados alcançados pelos países que implementaram essa ação em seus territórios, estudos apontaram a atuação da rBLH como uma contribuição indiscutível para o alcance dos ODM, particularmente no que diz respeito à redução da morbimortalidade infantil e à promoção do aleitamento materno.

Em setembro de 2015, concomitantemente à reunião de Chefes de Estado das Nações Unidas, que lançou a Agenda 2030, foi organizado o II Fórum de Cooperação Internacional em Banco de Leite Humano - ABC - Fiocruz - Ministério da Saúde do Brasil com o objetivo de realizar uma avaliação dos resultados alcançados e o realinhamento ao novo contexto internacional. Representantes de 20 países, Organizações Internacionais e Organizações Não-Governamentais estabeleceram um conjunto de diretrizes que foram pactuadas na Carta de Brasília 2015.

O Documento, além de reafirmar os compromissos definidos nas Cartas de Brasília 2005 e 2010, foi formulado com a perspectiva de alinhar os trabalhos da Rede com foco no ODS 3 Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades e no ODS 17 Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável. Desde então, foi instituída a Rede Global de Bancos de Leite Humano que se constitui atualmente em uma associação global para responder às demandas da Agenda 2030 do setor saúde, em seu âmbito de atuação.

Assim, diante do lema da Agenda: “Não deixar ninguém para trás”, os ODS refletem novos desafios do nosso mundo, mas também representam uma grande oportunidade para que a saúde da mulher e da criança sejam contempladas nas políticas públicas de cada um dos países integrantes da Rede Global de Bancos de Leite Humano.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Agenda 2030 - Monitoramento 2016, 2016, Rede Global de Bancos de Leite Humano