Garantir a segurança nutricional neonatal e contribuir para a redução da morbimortalidade infantil e, em longo prazo, da ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis. Com esse mote, a Rede Global de Bancos de Leite Humano (rBLH) integra mais de 20 países e constitui uma política pública internacional para a promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Como uma ferramenta efetiva e de baixo custo para a conquista destes objetivos, a iniciativa vem sendo implantada em países das Américas, da Europa e da África.
Essa história remete à década de 1980, quando os Bancos de Leite Humano passaram a constituir uma Política de Saúde Pública no Brasil – país que lidera o movimento internacional em prol da amamentação e da doação de leite humano, por meio da Agência de Brasileira de Cooperação (ABC) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Desde então, os resultados positivos para o aprimoramento da atenção à gestante e a recém-nascidos internados em unidades neonatais – e a redução da mortalidade infantil no país – chamaram atenção da comunidade internacional para a estratégia nutricional praticada pelo Brasil.
O interesse global pelo tema ganhou força em 2001, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR) como a ação que mais contribuiu para redução da mortalidade infantil no mundo, na década de 1990. O reconhecimento veio acompanhado da responsabilidade de replicar o modelo brasileiro em outros países, dando início às primeiras parcerias na área.
Juntas, a ABC e a Fiocruz apoiam técnica e financeiramente a instalação e qualificação de bancos de leite humano em todo o mundo, por meio de acordos bilaterais ou multilaterais, que pressupõem o compartilhamento de experiências, saberes e tecnologias e o fortalecimento de capacidades locais, respeitando os diferentes contextos socioeconômicos e culturais. A dinâmica resulta na materialização de marcos legais e de políticas públicas que complementam a dimensão técnico-científica da iniciativa - essencial para a expansão com consolidação da rBLH.
A rBLH busca alinhamento com as macropolíticas internacionais de saúde. Deste modo, a iniciativa contribuiu para o cumprimento dos Objetivos do Milênio e, em 2015, definiu diretrizes afinadas com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para os próximos 15 anos.