Publicado em 02/08/2021 15h:35min.
Leia o documento conjunto da diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Henrietta Fore, e do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, publicada hoje (2 de agosto) no portal do Unicef.
No início deste ano, governos, doadores, sociedade civil e setor privado se uniram para lançar o Ano de Ação da Nutrição para o Crescimento. O Ano de Ação é uma oportunidade histórica para transformar a maneira como o mundo enfrenta o compromisso global de eliminar a desnutrição infantil.
A amamentação é fundamental para concretizar esse compromisso.
O início do aleitamento materno na primeira hora do nascimento, seguida da amamentação exclusiva até o sexto mês de vida e a continuidade do aleitamento materno até os 2 anos de idade ou mais oferecem uma poderosa linha de defesa contra todas as formas de desnutrição infantil, incluindo desnutrição aguda e obesidade. O leite materno também atua como a primeira vacina dos bebês, protegendo-os contra muitas doenças infantis comuns.
Embora tenha havido progresso nas taxas de amamentação nas últimas quatro décadas – com um aumento de 50% na prevalência do aleitamento materno exclusivo em todo o mundo –, a pandemia de covid-19 realça a fragilidade desses ganhos.
Em muitos países, a pandemia causou interrupções significativas nos serviços de apoio à amamentação, ao mesmo tempo em que aumentou o risco de insegurança alimentar e desnutrição. Vários países relataram que os produtores de alimentos para bebês aumentaram esses riscos invocando temores infundados de que o aleitamento materno pode transmitir covid-19 e comercializando seus produtos como uma alternativa mais segura à amamentação.
A Semana Mundial de Aleitamento Materno deste ano, sob o tema ‘Proteger a Amamentação: Uma Responsabilidade Compartilhada’, é um momento para rever os compromissos assumidos no início deste ano, priorizando ambientes favoráveis à amamentação para mães e bebês. Isso inclui:
- Assegurar que o Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno – estabelecido para proteger as mães de práticas agressivas de marketing da indústria de alimentos para bebês – seja totalmente implementado por governos, profissionais de saúde e indústria.
- Garantir que profissionais de saúde tenham os recursos e informações de que precisam para apoiar efetivamente as mães na amamentação, inclusive por meio de esforços globais como a Iniciativa Hospital Amigo da Criança e diretrizes sobre aconselhamento em amamentação.
- Assegurar que os empregadores deem às mulheres o tempo e o espaço de que precisam para amamentar; incluindo licença parental remunerada com licença-maternidade mais longa; locais seguros para a amamentação no ambiente de trabalho; acesso a creches acessíveis e de boa qualidade; e benefícios infantis universais e salários adequados.
Conforme nos aproximamos da Cúpula dos Sistemas Alimentares da ONU, em setembro, e da Cúpula de Nutrição para o Crescimento, em dezembro em Tóquio, governos, doadores, sociedade civil e setor privado têm a oportunidade de fazer investimentos inteligentes e de se comprometer com o enfrentamento da crise global de desnutrição – incluindo proteger, promover e apoiar a amamentação – por meio de políticas, programas e ações mais fortes.
Agora não é hora de diminuir nossas ambições. Agora é a hora de mirar alto. Estamos empenhados em fazer do Ano de Ação da Nutrição para o Crescimento um sucesso, garantindo que o direito de todas as crianças a uma alimentação nutritiva, segura e acessível e a uma nutrição adequada seja realizado desde o início da vida, começando com a amamentação.
Fonte: Unicef