Em evento realizado hoje, 29 de julho, o Ministério da Saúde (MS) apresentou o tema da mobilização social em favor da amamentação em 2021. "Todos pela amamentação. É proteção para a vida inteira” tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do aleitamento materno na redução das taxas de mortalidade infantil e no crescimento e desenvolvimento mais saudável das crianças.
Com transmissão ao vivo pelas redes sociais do MS, a abertura da campanha nacional de celebração da Semana Mundial da Amamentação de 2021, que, este ano, acontece no aniversário de 40 anos do Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno; trouxe a importância de ações políticas, sociais e multisetoriais para a proteção e promoção do aleitamento materno.
O secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara, destacou a importância do envolvimento da sociedade para que a mensagem seja transmitida de forma efetiva. “O objetivo é informar a população sobre a importância do aleitamento materno”, ressaltou.
As ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde foram apresentadas por Janini Ginani, coordenadora geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno/MS. Dentre as estratégias utilizadas no Brasil, Ginani destacou a Política Nacional de Aleitamento Materno, que também completa 40 anos em 2021.
“É uma política muito importante, que há muito tempo vem sendo trabalhada pelo Ministério da Saúde”, disse. De acordo com a coordenadora, a Política Nacional de Aleitamento Materno está focada em três pilares: promoção, apoio e proteção do aleitamento materno; envolvendo maternidades, atenção primária e ações intersetoriais. Estratégias importantes como a Iniciativa Hospital Amigo da Criança, a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano e o Método Canguru estão inseridas na Política Nacional, assim como a busca por mecanismos de proteção legal contra marketing abusivo de produtos que interferem na amamentação.
Apresentação de Janini Ginani, coordenadora geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno/MS
A coordenadora trouxe os resultados que, segundo ela, representam o histórico de estratégias e políticas desenvolvidas ao longo dos anos em prol da amamentação. Em 2020, o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição (Enani) mostrou que a prevalência de aleitamento materno exclusivo em crianças menores de quatro anos aumentou de 4,7%, em 1986, para 60%, em 2020. Nos bebês menores de seis meses, o aumento foi de 2,9% para 45,7%.
Um ponto que, de acordo com Ginani, é evidenciado com esses alcances é a importância da proteção legal do amamentação, com a ação Mulher Trabalhadora que Amamenta, já que a licença maternidade inferior a seis semanas aumenta em 400% a possibilidade de uma mulher não amamentar seu filho ou desmame precoce.
No contexto da pandemia de Covid-19, a prática deve continuar, sempre com as medidas de segurança, uso de máscara e higienização das mãos. “A gente recomenda, em conjunto com as organizações internacionais, com a OMS, a continuidade de aleitamento materno, mesmo em casos em que a mãe é confirmada para Covid-19”, ressaltou a coordenadora, que também informou que dados atualizados do Enan estão sendo levantados e possibilitarão observar os impactos da pandemia de Covid-19 na amamentação.
Na Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, Ginani disse que o impacto já pode ser observado. “De uma forma muito impressionante, a gente viu aumentar essa empatia entre as mulheres que amamentam e a gente tem observado aumento na doação de leite materno mesmo nessa situação complicada da pandemia”.
Participação virtual do coordenador da rBLH, João Aprigio de Almeida
A representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) no Brasil, Socorro Gross, participou da cerimônia e destacou a designação do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) como Centro Colaborador OPAS/OMS. “Hoje nós podemos falar que temos o primeiro Centro Colaborador de Bancos de Leite Humano e aleitamento materno aqui, no Brasil”, disse.
A amamentação como uma situação que envolve diversos fatores e atores além da mulher foi corroborada pela representante da Opas. “Amamentar não é uma situação da mulher, é da família, é do homem, é dos filhos, é das comunidades, é da sociedade. Então, a intervenção mais custo-efetiva tem muitas dificuldades... Não é simples, mas é uma responsabilidade da sociedade, porque, somente dessa maneira, nós vamos ter gerações mais fortes, mais inteligentes, com mais resiliência, menos obesidade; e vamos ter crianças que nós merecemos ter”.
Também estavam presentes no evento o secretário de Estado de Saúde de Rondônia, Fernando Máximo; o diretor do Conasems, Geraldo Reple; o representante da Sociedade Brasileira de Pediatria, Luciano Santiago; e o secretário de Estado de Saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto. O coordenador da Rede Global de Bancos de Leite Humano, João Aprigio de Almeida, participou virtualmente.
Confira a campanha “Todos pela amamentação e proteção para a Vida Inteira” em: https://www.gov.br/saude/pt-br/campanhas-da-saude/2021/semana-mundial-d…