#Smam2021 - Celebração da Semana Mundial proporciona primeiro encontro entre Brasil e Canadá

Publicado em 09/08/2021 12h:25min.

rBLH-BR apresentou sua trajetória e atuação no evento Semana Internacional de Conscientização sobre Amamentação 

“Proteger a Amamentação: Uma Responsabilidade de Todos” é o tema da Semana Mundial de Aleitamento Materno 2021 e foi o responsável por reunir, pela primeira vez, especialistas do Canadá e da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR), em encontro virtual promovido pela Fundação Canadense de Bebês Prematuros (Canadian Premature Babies Foundation), no dia 6 de agosto.

A Fundação é a primeira organização nacional do Canadá a defender e fornecer apoio a bebês prematuros e suas famílias. A diretora executiva, Fabiana Bacchini, foi a moderadora do evento e, de acordo com ela, o evento faz parte da série de iniciativas da Fundação que busca levar informações para famílias de bebês internados em UTI Neonatal e professionais da saúde. Em celebração à Smam 2021, o encontro trouxe como tema a importância da amamentação para bebês prematuros ou doentes.

A coordenadora do Centro de Referência Nacional (BLH IFF/Fiocruz), Danielle Aparecida da Silva, que contou a história da rBLH-BR, da década de 1980 até se tornar a maior e mais complexa Rede de BLHs do mundo. Desenvolvido no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com alto rigor técnico e baixo custo, “o modelo brasileiro de Bancos de Leite Humano se tornou um serviço especializado, responsável por ações de promoção, proteção e suporte da amamentação”.


Danielle Aparecida apresenta a história da rBLH-BR  

A coordenadora mostrou os dois macroprocessos que envolvem a rBLH-BR: promoção, proteção e suporte à amamentação, que começam na gravidez e auxiliam nos seis primeiros meses de aleitamento materno exclusivo e até por dois anos ou mais; atuando com uma equipe multidisciplinar para dar suporte e orientação às mães e famílias. Para os bebês prematuros ou de baixo peso impossibilitados de receber o leite diretamente de sua mãe, a doação de leite humano e os processos de processamento e controle de qualidade garentem a dirtibuição aos bebês nas UTIs Neonatais, sempre respeitando as diferentes características de cada leite e necessidades nutricionais de cada bebê. 

“Nós temos muitos ‘leites humanos’ para responder às necessidades nutricionais do bebê e manter a segurança alimentar e nutricional”, explicou a coordenadora, que também apresentou o alinhamento da rBLH-BR com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, os sistemas de informação e certificação da Rede Brasileira e o histórico de campanhas de mobilização e conscientização social sobre doação de leite humano.

O papel dos BLHs como ação de saúde pública pôde ser observado nas demais apresentações. O Assessor Regional da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde em Saúde Perinatal, Pablo Duran, trouxe o tema Recém-nascidos prematuros, pequenos e doentes e amamentação: benefícios e desafios. Ele mostrou que a promoção da amamentação é necessária, não somente para a saúde neonatal e infantil, mas também para a saúde ao longo da vida. As condições maternas e neonatais configuram como uma das principais causas que afetam as taxas de deficiência e desenvolvimento no mundo.


Fabiana Bacchini, Pablo Duran e Danielle Aparecida da Silva

“Nós sabemos que cada decisão ou cada omissão, em qualquer ponto na nossa vida, pode ter consequências em etapas posteriores em nossas vidas”, ressaltou o assessor. Duran apresentou dados e publicações da OMS e Unicef sobre o tema, incluindo os passos para obter sucesso com a amamentação, já que dificuldades enfrentadas por mães e profissionais podem comprometer o aleitamento materno exclusivo.

O médico neonatologista e chefe de pediatria neonatal e de desenvolvimento do Sunnybrook Health Sciences Centre, em Toronto, Eugene Ng; exibiu uma visão geral da enterocolite necrosante (“NEC”, na sigla em inglês), incluindo as apresentações clínicas, complicações potenciais de curto e longo prazo e o progresso das pesquisas em torno das causas, do tratamento e de como evitar a doença.

De acordo com ele, ainda não se sabe a causa da NEC e se há uma causa consistente, mas, apesar desse cenário, décadas de pesquisas mostraram que bebês alimentados com leite humano, seja da mãe ou doado, são menos propensos a desenvolver a doença... Quando você olha tudo isso, leite humano é, definitivamente, um jeito melhor para proteger o bebê, não só pelo ponto de vista nutricional, mas também como proteção contra infecções ou NEC”, disse.

“Leite materno é o leite ideal para todos os bebês, incluindo prematuros. Leite materno fornece probióticos e promove uma microbioma intestinal saudável, que pode durar seis meses, um ano ou até mais”, ressaltou o professor do Departamento de Pediatria da Universidade de Calgary, no Canadá, Belal Alshaikh, que trouxe o assunto O poderoso papel das células do leite materno na prevenção de doenças em bebês prematuros, que encerrou as apresentações do evento. 

Além dos benefícios amplamente já conhecidos, o professor apresentou que o leite humano é uma nova fonte de células-tronco transplantável que podem ajudar a prevenir e tratar morbidades neonatais. De acordo com ele, o passo mais importante para mães, famílias e profissionais é a comunicação. “É importante solicitar e receber todas as informações sobre necessidades especiais, acompanhamento, apoio alimentar para bebês pequenos e doentes ou prematuros”, concluiu Alshaikh.

O evento foi transmitido ao vivo pelaInternet e está disponível no canal da Fundação Canadense de Bebês Prematuros no YouTube.