Publicado em 18/08/2020 08h:53min.
A Maternidade Escola Januário Cicco, a maior do Rio Grande do Norte, em julho, contou com três litros de leite materno no estoque, nível considerado reduzido pela direção da unidade. Essa quantidade não consegue suprir sequer a necessidade diária na maternidade, que é de 10 litros.
Com o baixo estoque, a enfermeira chefe da Divisão de Gestão do Cuidado da unidade, Magda Lúcia Leadebal, faz um apelo para que as mães que produzem leite possam doá-lo como forma de ajudar os bebês prematuros e também melhorar o estoque, que já é considerado zerado atualmente.
Segundo a enfermeira, a maternidade Januário Cicco funciona como central para essas coletas, que são distribuídas sob demanda. "O banco de leite da Maternidade Januário Cicco é referência no estado, então é ele quem faz a coleta do leite. Esse leite é processado e é distribuído de acordo com as demandas que chegam aqui para o banco".
Situação diferente vive o Hospital Dr. José Pedro Bezerra, conhecido como Hospital Santa Catarina, que é referência para gestantes e fica na Zona Norte de Natal. A unidade teve um aumento de cerca de 27% na coleta de leite e atualmente conta com 69 litros em estoque.
Segundo a coordenadora do banco de leite humano do Hospital Santa Catarina, a enfermeira Simone Dutra, esse resultado se deve a algumas ações adotadas assim que a pandemia do novo coronavírus teve início e passou a registrar queda em vários bancos de leite em todo o Brasil, já que as mães se sentiam inseguras.
De acordo com a coordenadora, as medidas elevaram o estoque e têm garantido o fornecimento para os 28 recém-nascidos que atualmente estão na UTI Neonatal da unidade.
Outro programa que tem ajudado no nível dos estoques neste período é o programa Bombeiro Amigo do Peito, que realiza coleta de doações desde 2002 no estado. Apenas na região metropolitana de Natal, foram mais de 1.500 coletas no primeiros seis meses do ano, segundo a corporação.
Para seguir atuando, foi necessária a implementação de regras para garantir a segurança da equipe e das mães doadoras. "Todas as orientações prévias são feitas através do WhatsApp, através de vídeos institucionais, e na coleta propriamente dita não há contato. A equipe tem experiência, chega no local combinado e colhe o leite tão importante para sociedade e para o bebê recém-nascido que não tem a oportunidade de se alimentar", explicou o major Jorge, coordenador do programa.
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Texto: Inter TV Cabugi
Fonte: G1