Rede Ibero-americana de BLH se reúne no marco do Dia Mundial de Doação de Leite Humano

Publicado em 25/05/2020 10h:41min.

Celebração ao Dia Mundial de Doação de Leite Humano é marcada pelo compromisso dos países com a saúde pública no contexto de pandemia.

A Rede Ibero-americana de Bancos de Leite Humano (rBLH-Ibero) se reuniu virtualmente para celebrar os 10 anos do Dia Mundial de Doação de Leite Humano 2020, no dia 19 de maio. Em meio à pandemia da COVID-19, os países compartilharam suas ações para superar os desafios, continuar a luta pela saúde de mulheres e crianças e garantir que a solidariedade da doação de leite humano seja exercida com segurança.

A rBLH-Ibero foi desenvolvida para o compartilhamento do conhecimento e de tecnologias e, desde 2007, estimula o aleitamento materno e promove a qualificação de recursos humanos e a Segurança Alimentar e Nutricional nos países da Ibero América. No evento, cada país trouxe uma exposição sobre o que está sendo realizado para celebrar a data e fortalecer as Redes num contexto de pandemia. A troca de experiências foi conduzida pelo coordenador da rBLH, João Aprigio Guerra de Almeida.

Costa Rica, representada pelo coordenador da Rede Costarriquenha - Caja Costarricense de Seguro Social, Robert Moya, expôs a atual situação enfrentada pelos BLHs e os esforços para garantir a assistência adequada. De acordo com Moya, a redução das doações de leite humano tem sido contornada com estratégias de intensificação da coleta domiciliar e o processo de busca e capacitação de doadoras, realizada com o apoio da Fundación Banco de Leche Humana Catalina Vega.

Uma ação importante durante a pandemia tem sido a elaboração de diretrizes de segurança para profissionais, gestantes, recém-nascidos e aleitamento materno. Segundo Maria Fernanda Cañon, coordenadora da Rede Colombiana de BLH – Ministério da Saúde e Proteção Social, o Ministério da Saúde da Colômbia tem trabalhado para enfrentar as dificuldades no atual momento a partir dessa premissa, com treinamento dos profissionais dos bancos de leite humano, troca de informações e experiências sobre segurança e aleitamento materno durante a pandemia da COVID-19. Cañon ressaltou também a dedicação dos profissionais que atuam dia a dia nos BLH e que é esse trabalho em equipe que permitirá passar pelas dificuldades.

A garantia da segurança máxima durante todas as etapas da doação também é a principal diretriz da Rede argentina. Alejandra Buiarevich, representante da Rede Argentina de BLH – BLH do Hospital de Cutral-Có, comentou que os oito bancos argentinos de leite humano possuem diferentes metodologias, mas todos trabalham para que o leite materno de qualidade chegue aos bebês necessitados.

A coleta domiciliar vem se mostrando uma ação estratégica em tempos de pandemia. Além da Costa Rica, no Paraguai, grande parte do leite humano já era doado assim e esse valor tende a subir durante o atual contexto. Marta Herrera, coordenadora da Rede paraguaia de BLH, explicou que a coleta domiciliar também tem sido importante para o momento e tem aumentado cada vez mais, o que contribuiu para que os BLHs pudessem manter o estoque de leite. Herrera ressaltou que os BLHs continuam seu trabalho de forma intensa, com as medidas de biossegurança adaptadas e reforçadas, como, por exemplo, a reorganização da sala de extração de leite para receber as mães com as medidas de distância e higiene preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

No México, as orientações de biossegurança também têm desempenhado um papel importante. Fabiola López Olivan, do Centro Nacional de Equidad de Género y Salud Reproductiva, explicou que a Secretaria de Saúde do México produz e divulga diretrizes de prevenção e controle da COVID-19 nos cuidados com a gravidez, o parto, o puerpério e o recém-nascido. No país, todas as atividades envolvidas no aleitamento materno estão adequadas às recomendações da OMS.

O fortalecimento e a importância da rBLH-Ibero ganham visibilidade ao observar a particularidade dos países membros e a contribuição que suas experiências trazem à Rede. No Peru, os três BLHs estão em funcionamento durante a pandemia. Segundo Carmen Dávila e Zulema León, do Instituto Nacional Materno Perinatal de Lima, foram priorizadas as coletas de leite humano das mães doadoras que estão com seus filhos hospitalizados. Dávila também ressaltou o reforço das medidas de biossegurança na rotina dos BLHs tanto com as doadoras como também dos profissionais, com medidas de distanciamento, EPIs e higiene intensificada.

Mirian Alvarado, coordenadora da Rede Salvadorenha de BLH – Ministério da Saúde, relatou o mesmo reforço nas medidas de biossegurança que mencionadas pelos companheiros nas apresentações anteriores. Apesar das dificuldades, os BLHs de El Salvador seguem operando para promover o aleitamento materno e entregar o melhor alimento para os bebês. Alvarado dividiu com todos as forças, desafios e oportunidades que a Rede do país está enfrentando, mas ressaltou o esforço coletivo para manter as doações por meio da coleta domiciliar e destacou que a campanha do dia 19 de maio deste ano teve o foco de informar a população quanto à segurança da doação em tempos de COVID-19.

Em tempos que demandam um esforço coletivo em prol da saúde pública, a comunicação com a população é uma ferramenta forte para superar as dificuldades. Na Guatemala, para evitar a redução das doações de leite humano, provocada pelos primeiros meses de a pandemia, o país tem investido na comunicação e estão sendo realizadas campanhas em rádios, redes sociais e televisão. Carmen Xomara Lopez, coordenadora da Rede Guatemalteca de BLH – Ministério da Saúde e Assistência Social, explicou que a iniciativa visa a promover o aumento das doações de leite humano em todo o território nacional e garantir a alimentação e a recuperação dos recém-nascidos internados nas Unidades de Terapia Intensiva com toda segurança.

Encerrando o evento, a coordenadora do Centro de Referência Nacional em BLH, Danielle Aparecida da Silva, ressaltou que o essencial dos BLHs dentro do atual contexto, é continuar garantindo o melhor alimento e assistência para a saúde de mulheres e crianças de forma segura. Destacou que a informação exerce um papel fundamental neste momento, pois a partir dela é possível conscientizar as mulheres sobre a doação e orientar os profissionais de saúde para atuarem seguindo as recomendações da OMS. Também explicou que a Rede Brasileira de BLH tem se reunido com frequência em caráter nacional e estadual para debater boas práticas em BLH com foco na prevenção do novo coronavírus. No que diz respeito à celebração do Dia Mundial de Doação de Leite Humano, Danielle apresentou o vídeo da campanha nacional de doação de leite humano pelo Ministério da Saúde do Brasil, lançada no mesmo dia, e um mosaico com integrantes da rBLH-BR simbolizando o sentimento de união para enfrentar os momentos difíceis.

Para assistir ao evento na íntegra, clique na imagem abaixo