rBLH-BR apresenta sua política pública em segurança alimentar no cuidado neonatal e infantil em Fórum sobre regulação do leite humano

Publicado em 27/05/2021 16h:27min.

Evento virtual permitiu conhecer as práticas em diversos países e evidenciou a importância dos Bancos de Leite Humano como Política de Saúde Pública

Aconteceu hoje (27) o Fórum Como o leite humano deve ser regulado?, organizado pela Associação do Reino Unido para Bancos de Leite (UKAMB). O evento contou com a participação do coordenador da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR), João Aprigio de Almeida; e profissionais de Austrália, Estados Unidos, Irlanda, Polônia e Reino Unido.

A partir das realidades trazidas pelos países, o evento debateu as diversas relações e caminhos que se estabelcem em torno da doação do leite humano, perpassando a doação altruísta e voluntária, como é praticada no Brasil, e os casos em que ocorre a comercialização do leite humano.  As demandas políticas, econômicas e sociais geradas pela regulamentação do leite humano e pelos plenos desenvolvimento e atuação dos BLHs como Política de Saúde Pública; foram temas abordados pelo grupo de painelistas.

Almeida fez a apresentação Banco de Leite Humano no Brasil: Uma Política Pública em Segurança Alimentar no Cuidado Neonatal e Infantil. Em sua apresentação, foram relatados a trajetória e os marcos da rBLH-BR, da década de 1940 até os dias atuais. “Ele é a força e o coordenador da rBLH”, disse Tanya Cassidy, da Universidade de Dublin.


Apresentação do coordenador da rBLH-BR, João Aprigio de Almeida

O contexto de diversidade socioeconômica do Brasil foi posto como um fator que exigiu da Rede Brasileira “trabalhar de forma simétrica em uma realidade assimétrica”, ressaltou. Hoje, a distribuição capilar em Centros de Referência Nacional e Estaduais e os BLHs permitem o empoderamento da rBLH-BR e suas estratégias em busca de sustentabilidade política, financeira e técnica.

O coordenador ressaltou que a legislação brasileira e as 47 normas técnicas elaboradas pela rBLH-BR determinam que o leite humano é um alimento, sua doação é voluntária e altruística, a comercialização é proibida; e o BLH é um serviço de apoio à amamentação. Essas normas técnicas também padronizam os processos no País e capacitam os profissionais.

Os contrastes nacionais, principalmente os econômicos, fizeram com que os processos técnicos dos BLHs fossem adaptados para os processos técnicos de baixo custo, mantendo as exigência de qualidade e segurança do leite humano doado. Um macroprocesso que alia a tecnologia em alimentos ao aconselhamento em amamentação. Para Almeida, as mães procuram o BLH não somente para doar leite, mas também para buscar suporte profissional e emocional durante o período de amamentação, orientação em casos de dificuldade e, inclusive, auxílio para retomar a amamentação interrompida. Isso faz dos BLHs uma casa de apoio à amamentação.

O respeito às caracteríticas locais também se refletiram na construção da Rede Global de Bancos de Leite Humano, que respeita as características geopolíticas Ibero-americana, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e do BRICS; sempre posicionando o BLH como uma ação de garantia da segurança alimentar e de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno; e “as mulheres no centro de tudo”, acrescentou a presidente da UKAMB, Debbie Barnett.

O evento também trouxe apresentações de Tanya Cassidy, Julie Smith e Libby Salmon (Universidade Nacional da Austrália), Mathilde Cohen (Universidade de Connecticut - EUA), Laurence Grummer-Strawn (OMS/CDC), Gillian Weaver (GAMBA), Daniel Klotz, Freiburg (FMBI), Judith Simpson (Glasgow, Reino Unido), Aleksandra Wesolowska e Małgorzata Gawrońska (Pôlonia); e Simon Dyall (Roehampton, Reino Unido).