No dia 19 de outubro de 2022 a equipe da Secretaria Executiva da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH) participou da Oficina de Aleitamento Materno Inclusivo no auditório Casa de Oswaldo Cruz (CDHS) da Fundação Oswaldo Cruz.
A oficina resulta da iniciativa de cooperação entre a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca ENSP e IFF/rBLH, sob coordenação da Dra. Laís Silveira Costa, analista de gestão e inovação da Ensp, sugere o diálogo entre famílias com pessoas com deficiência (PcD) e trabalhadores de saúde, para localização dos desafios à qualificação da atenção ao Aleitamento Materno Inclusivo (AM) na rBLH e na Atenção Primária à Saúde. O oficina trouxe como proposta a ampliação da escuta da experiência vivida, dos desafios e potencias encontrados por mulheres gestantes e lactantes com deficiência, ou mães de bebês com deficiência e suas famílias no processo cotidiano de aleitamento materno, assim como a interlocução com suas redes de apoio e assistência.
O Objetivo do evento foi debater os desafios para o aleitamento materno inclusivo na rBLH, e um processo de compartilhamento reflexivo sobre os modos de fazer e pensar no aleitamento materno considerando as especificidades da população em tela, e a importância de sensibilizar o público mais jovem para a temática.
Laís iniciou a oficina, com a grande novidade da homologação do Projeto de Pesquisa Aleitamento Materno Inclusivo na Rede Brasileira de Leite Humano (rBLH): ação interunidades ENSP/IFF-rBLH pelo Inova Ideias. Projeto que tem como objetivo desenvolver inovações (educomunicacionais, tecnológicas e metodológicas) para a qualificação da atenção ao aleitamento materno de pessoas com deficiência (PcD) e seus familiares assistidos pela rBLH em todo país. Projeto coordenado pela própria Dra Laís e pela Dra. Daniele Aparecida de Sousa, coordenadora do Centro de Referência Nacional de Bancos de Leite Humano Instituto Fernandes Figueira.
Na fala de abertura Dr. João Aprígio Guerra de Almeida, coordenador geral da Rede Global de BLH, abordou a importância do encontro, e de todos estarem reunidos para debater sobre um assunto tão relevante. A oficina parece ser uma pequena semente, mas na verdade é uma passo monstruoso na construção coletiva de melhores práticas de aleitamento inclusivo em todo o território nacional, disse o mesmo.
O evento contou com a presença de falas potentes de mulheres ativistas nas causas anticapacitistas, como a psicóloga e atual miss Brasil cadeirante Luciane Rufino; Jussara Pinheiro Santos, enfermeira da Cap 3.1, capacitadora da Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação (IUBAM) e Andreza, mãe integrante do Grupo Especiais da Maré; que vivenciaram o processo de aleitamento de forma negativa. A psicóloga Cinthyia Pereira Freitas, além de compartilhar o seu relato de gestação e amamentação, enquanto mulher com deficiência visual, provoca uma reflexão acerca da invisibilidade que existe e compreende toda a sociedade, levantando o questionamento relacionado à necessidade de educação e apoio durante toda essa fase, por profissionais habilitados.
“Lei a gente tem, agora está na hora de cumprir... as gestantes estão ansiosas, as novas mães também... Isso é uma violência... A partir do momento que você tem uma paciente com deficiência visual... Na nossa associação tem muitas mulheres que estão passando dificuldades com seus bebês, não deveríamos ser nós, que não somos da saúde, as responsáveis por levantar/adaptar esse tipo de informação”, disse Cinthya.
O evento pode ser conferido na íntegra pelo canal da rBLH no Youtube, confira.