Publicado em 27/09/2021 13h:16min.
O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) lança a 2ª edição do documento Covid-19 e Saúde da Criança e do Adolescente, com o objetivo de contribuir para a capacidade de análise, planejamento e tomada de decisão de gestores e profissionais de saúde na proteção e cuidado à saúde de crianças e adolescentes no Brasil. Elaborado por especialistas do Instituto, essa nova edição atualiza e amplia o escopo do documento anterior, lançado em agosto de 2020.
A nova edição inclui os aspectos clínicos e epidemiológicos da doença; as questões referentes à imunização; seu impacto no cuidado clínico e cirúrgico de condições neonatais e pediátricas em perspectiva integral – das internações ao cuidado ambulatorial e domiciliar; as limitações impostas pela pandemia nas atividades lúdicas e suas repercussões presentes e futuras na saúde mental; as desigualdades sociais e o papel das políticas públicas nesse contexto; os aspectos nutricionais e a atividade física em tempos de Covid-19; e também os desafios no campo da pesquisa para a obtenção de respostas sobre os mecanismos de transmissão, prevenção e tratamento da doença.
Para a coordenadora do Portal de Boas Práticas do IFF/Fiocruz e de Ações Nacionais e de Cooperação do Instituto, Maria Auxiliadora de S. M. Gomes, o documento é um recurso necessário e estratégico. “Encontramos força e inspiração na orientação de nossa Presidente (da Fiocruz), Nísia Trindade Lima, que, desde 2020, nos alerta: ‘A pergunta não é que mundo teremos após a pandemia, mas sim: que mundo queremos construir’”.
Atualização do documento
No início da pandemia de Covid-19, em março de 2020, o papel da criança e do adolescente na transmissibilidade da doença ainda era pouco conhecido. “A primeira edição do Documento Técnico trouxe importantes contribuições para o enfrentamento das consequências da pandemia de Covid-19 sobre a saúde de crianças e adolescentes no Brasil, alertando para um potencial impacto negativo maior do que o que vinha sendo relatado em países da Europa e América do Norte”, conta Maria Auxiliadora.
Alguns fatores foram considerados e se mantém como relevantes em relação ao maior risco de morbimortalidade de crianças e adolescente no Brasil: (a) a composição demográfica da população brasileira com alto número de crianças e adolescentes; (b) contingente de crianças com condições crônicas com controle insuficiente; (c) desafios no acesso e qualidade do cuidado na Atenção Primária à Saúde; (d) desafios no acesso e qualidade do cuidado pediátrico de maior complexidade, particularmente em tempos de grande pressão no sistema hospitalar, levando, inclusive, à desativação de leitos pediátricos; e (e) o aumento da vulnerabilidade social.
De acordo com o documento, com maior flexibilização e circulação no decorrer da pandemia, as crianças passaram a se expor mais e, de modo recente, os adolescentes passaram a constituir o grupo contemplado com a vacinação no Programa Nacional de Imunização (PNI). Ambas as condições citadas e o aparecimento recorrente de novas cepas do vírus influenciam diretamente a dinâmica da infecção nessa faixa etária. “Nesse contexto, nos aliamos ao posicionamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e reiteramos a responsabilidade de toda a sociedade no cuidado prioritário de crianças e adolescentes: ‘As crianças não são a face desta pandemia. Mas eles correm o risco de estar entre suas maiores vítimas, já que as vidas das crianças estão sendo alteradas de maneiras profundas’”, reflete Maria Auxiliadora.
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Fonte: UNA-SUS