Publicado em 30/05/2017 09h:03min.
No Brasil, o Dia Mundial de Doação de Leite Humano, celebrado por mais de 20 países em 19 de maio, foi marcado por atividades que se estenderam por toda a semana. Além do lançamento da Campanha Um pouquinho do que você doa é tudo para quem precisa, os 221 Bancos de Leite Humano do país se mobilizaram com diversas ações de conscientização, que incluíram palestras, encontros de doadoras, programas culturais e entrevistas em veículos de comunicação. No Centro de Referência da Rede Global de Bancos de Leite Humano (rBLH), localizado no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) o dia 19 começou cedo.
Ainda estava escuro, quando a gerente do BLH entrou ao vivo em um dos principais telejornais locais para ressaltar a importância de a sociedade como um todo abraçar a causa da doação de leite humano, seja compartilhando a informação, seja realizando a doação de leite excedente. “O leite doado aos BLHs é destinado aos bebês prematuros e também bebês de baixo peso, cujo leite materno se transforma em um dos principais fatores de sobrevivência”, destacou ela.
Durante a entrevista, Danielle apontou ainda para o fator psicológico envolvido na produção de leite das mães desses bebês: “Existe um fator que vai além do aspecto físico. As mães dos bebês prematuros estão submetidas a um estresse muito grande pelo fato de o filho ter nascido antes do tempo, dele ser tão pequenininho e, na maioria das vezes, estar em uma incubadora e ligado a vários aparelhos. Leva um tempo até essa mãe conseguir produzir leite. Além de apoiá-la neste momento, o BLH garante, através da solidariedade das mães que doam o seu excedente, a nutrição segura desses recém-nascidos com o alimento reconhecido pelo Ministério da Saúde como padrão ouro”. Ainda no dia 19, outra matéria especial reuniu mães (doadora e receptora), além de diversos profissionais do BLH, destacando a importância da doação de leite.
As famílias que chegavam ao Instituto para consultas de rotina e as futuras mamães eram recepcionadas por uma equipe do BLH no pátio do Instituto. Foi o caso de Fabiana Correia, mãe da Sophia, de um mês e meio. “Acho muito importante esse trabalho de estimular o aleitamento materno que é feito aqui no IFF. O leite materno é o melhor que nós mães podemos fazer pela saúde dos nossos filhos, além de ser um carinho que constitui um vínculo que será carregado por toda a vida. A Sophia está ganhando peso, eu vejo que ela está saudável, o que me deixa muito feliz. Ainda temos que acertar a pega, mas o período mais crítico já passou, graças ao apoio que eu tive”, ressaltou a mãe de primeira viagem.
Além de uma oportunidade para as mães tirarem dúvidas e relatarem suas experiências, a iniciativa representou uma oportunidade de divulgar o serviço prestado pelo BLH. “Optamos por uma ação interna para sensibilizar não só essas mulheres para a importância da amamentação e da doação de leite, mas também os novos residentes que entraram recentemente na Instituição e ainda não tiveram contato conosco. Contamos com a colaboração de todos nesta causa que é tão nobre”, finalizou a gerente do BLH, Danielle Aparecida.
Fonte: Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz)
Por Aline Câmera (IFF/Fiocruz)