BLH do IFF/Fiocruz celebra Dia Mundial da Doação de Leite Humano

Publicado em 21/05/2018 08h:11min.

O Dia Mundial de Doação de Leite Humano, comemorado em 19 de maio, tem o objetivo de sensibilizar a sociedade para a importância da doação de leite humano. Além de estimular a doação de leite materno, esta data também visa promover debates sobre a importância do aleitamento materno na redução da mortalidade infantil. O aleitamento materno reduz em 13% a mortalidade até cinco anos de idade, evita diarreia, infecções respiratórias, diminui risco de alergias, diabetes, colesterol alto, hipertensão, leva a uma melhor nutrição e reduz a chance de obesidade.

“A amamentação contribui, também, para o desenvolvimento da cavidade bucal do pequeno e promove o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê. Durante o período em que o pequeno mama no peito não precisa de nenhum outro alimento e nem de líquidos, pois o leite materno é completo, sacia a sede, a fome e possui todos os nutrientes necessários para que ele cresça e se desenvolva de forma forte e saudável”, explicou Danielle Aparecida da Silva, gerente do Banco de Leite Humano (BLH) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).

O leite materno é o único alimento que contém elementos que auxiliam na proteção contra doenças e infecções. No entanto, algumas mamães não conseguem amamentar seus bebês prematuros, seja pela incapacidade dele sugar, ou por terem algum tipo de doença. Nesse momento, é que a solidariedade e o carinho de outra mãe entram, a partir da doação de leite materno. “Esse leite doado supre a necessidade dos bebês prematuros e de baixo peso internados em UTIs, auxiliando no desenvolvimento deles de forma saudável, pois somente através do leite materno é que serão transmitidos fatores de proteção e os nutrientes adequados para o desenvolvimento e crescimento dos prematuros. Além de todo leite doado passar por um processo de controle de qualidade e pasteurização com o objetivo de garantir a segurança alimentar e nutricional de nossos bebês”, enfatizou Danielle.

Quem pode doar

Para doar o leite, a doadora, além de estar amamentando, precisa estar saudável e não utilizar medicamentos proibidos durante a lactação, como anfetaminas e ciclosporina. A orientação do Ministério da Saúde é que as doadoras evitem álcool durante a amamentação.

Outro requisito é apresentar os exames de pré-natal, como hemograma e testes de glicemia e para infecções, como HIV e hepatite. Com esses documentos em mãos, basta entrar em contato pelo número 0800-026-8877 para se cadastrar como doadora no banco de leite mais próximo.

Doação

O leite deve ser retirado depois que o bebê mamar ou quando as mamas estiverem muito cheias e devem ser armazenados em frascos de vidro com tampa de plástico, tais como, vidro de maionese e café solúvel. “Esse material é indicado, pois não acumula cheiro nem resíduos, é fácil de esterilizar e limpar e são resistentes ao processo de congelamento e descongelamento, necessários para que o leite não perca seus nutrientes e possa ser oferecido sem riscos aos bebês. A escolha da tampa plástica se deve porque as tampas de metal contaminam o leite pois, com o tempo, enferrujam e soltam verniz”, explicou Danielle Aparecida da Silva.

Os potes de armazenamento precisam ser esterilizados em água quente por 15 minutos e vedados com uma tampa de plástico.

Como retirar o leite

  • Retirar anéis, pulseiras e relógio.
  • Prender os cabelos ou amarrar um lenço.
  • Caso esteja resfriada, tampe a boca com um tecido limpo ou use máscara
  • Lavar as mãos e os braços até o cotovelo com água e sabão.
  • Lavar as mamas apenas com água limpa.
  • Secar as mãos e as mamas com papel-toalha (evitando deixar resíduo de papel) ou com um pano limpo.
  • Retirar o leite do peito com as mãos ou com bomba manual ou elétrica.

Como fazer a retirada manual do leite do peito

  • Deixar à mão o frasco preparado para a coleta.
  • Iniciar a massagem fazendo movimentos circulares com a ponta dos dedos em toda a aréola (parte escura da mama).
  • Colocar o polegar acima da linha que delimita o fim da aréola e pôr a os dedos indicador e médio abaixo dela firmando-os e empurrando para trás em direção ao tronco até sair o leite.
  • Desprezar os primeiros jatos ou gotas.
  • Em seguida, abrir o frasco e colocar a tampa sobre a mesa, com a parte interna voltada para cima.
  • Após terminar a coleta, fechar bem o frasco e guardá-lo no congelador ou freezer, certificando-se de que o recipiente esteja identificado com nome, data e horário do início da coleta.

Como guardar o leite materno com segurança

  • Guardar o leite coletado no freezer ou congelador com o frasco tampado e devidamente identificado com nome ou número de matrícula, data e hora da primeira coleta.
  • Se o frasco não ficar totalmente cheio, pode completá-lo em outra coleta, deixando sempre um espaço de dois dedos entre a boca do frasco e o leite.

Como conservar o leite retirado do peito

  • O prazo de validade do leite é de 12 horas, se guardado na geladeira.
  • Para congelar o seu leite, ele deve ser colocado no congelador ou freezer logo após a sua retirada. A validade do leite congelado é de 15 dias.

Segurança

Todo o leite doado passa por uma análise laboratorial e é pasteurizado antes de ser oferecido às crianças. Isso ajuda não só a certificar a qualidade do leite, mas também apoia a distribuição, que é feita de acordo com as necessidades específicas de cada bebê.

Para quem é doado

Há casos em que, por conta da prematuridade, a mãe não consegue produzir leite suficiente para alimentar o filho, neste momento o BLH local se faz essencial, pois é o leite doado que irá alimentar esse bebê. Todo leite doado aos BLHs ou postos de coleta de todo o país é destinado aos bebês prematuros e/ou de baixo peso internados nas UTIs Neo.

Cuidados

O Ministério da Saúde e a organização Mundial da Saúde (OMS) alertam, ainda, que o ideal é doar o leite para os BLHs, e não repassá-lo de forma direta para outras mães. A amamentação cruzada pode trazer riscos às crianças justamente porque não passa por nenhum tipo de controle e pode acarretar na transmissão de doenças.

Clique aqui e saiba mais sobre amamentação cruzada.

Extraído de: IFF/Fiocruz

Por Juliana Xavier