No dia 28 de maio de 2009, o Banco de Leite Humano Professora Heloísa Helena Laxe de Paula, situado no Hospital Universitário Antônio Pedro em Niterói-RJ, prestou uma homenagem às mães doadoras de leite humano, cuja participação e de colaboradores (Mc Donald`s, Hortifruti, entre outros) tornou possível a sua realização.
O evento destacou a importância da doação do leite humano no auxílio ao crescimento saudável e natural de outras crianças, fomentando e convidando mulheres-mães que estão amamentando os seus filhos a doarem o seu leite.
Depoimentos de algumas dessas mulheres-mães participantes e doadoras, foram colhidos durante o evento, pelas alunas Anna Carolina Gaspar, Anna Carolina Alves, Cássia Regina, Cristiane Damasceno, Érica Nascimento, Michele Bastos, Patrícia Marraschi e Thereza Terra. Neles é ressaltada a doação de leite humano como um ato simples e uma forma de exercício da cidadania.
Depoimentos e fotos estão agora disponíveis a todos:
Doadora 1
“Sempre tive vontade de amamentar meu filho e doar meu leite, porque perdi um filho com 23 semanas... mas não sabia aonde ir, quem procurar... aí eu vi na televisão, não especificamente do HUAP, mas as 'mães do peito', lá do RJ. Aí eu liguei e eles me indicaram aqui. É um pouco trabalhoso né... porque eu tenho que cuidar dele e fazer as coisas dentro de casa.. mas eu consigo encaixar na minha rotina diária". Doadora 2 “Ah eu acho muito legal doar... porque antes eu usava aquela concha né, sempre amamentei ele e jogava litros de leite fora... eu pensava 'gente, não é possível! Ele tá ganhando peso e ainda sobra muito leite! Aí entrei na internet e peguei o telefone, não sabia que aqui tinha banco de leite.. é muito bom. Não tenho trabalho algum, a enfermeira foi lá em casa e me ensinou tudo, a ordenhar e etc.. toda semana ela vai lá em casa e leva os potinhos esterilizados, a máscara... o único trabalho que tenho é tirar o leite... essa é a primeira vez que venho aqui! Só vai ser uma pena quando eu voltar a trabalhar né, porque é chato ficar tirando leite no trabalho. Antes eu fazia a ordenha com a mão mesmo, mas não saía tanto leite e demorava muito... falavam que com a bomba doía, ih, eu comprei e não dói nada! Sai litros de leite!”. Doadora 3 "Minha história começou quando minha primeira filha nasceu. Eu sempre quis doar, mas não sabia como... fui para fora do país e fiquei com aquilo na cabeça. Voltei para o Brasil, grávida e pensei: 'dessa vez eu tenho que doar! ' Aí fui num médico que tinha um cartaz enorme do HUAP, liguei me informei e comecei a doar. Eu percebi mesmo a importância da doação quando um mês atrás quase perdi meu filho... ele ficou internado na UTI e eu pensava 'imagino as mães que perdem seus filhos por falta de alimento'. Acho uma experiência maravilhosa, enquanto eu tiver leite eu vou estar doando. É a melhor experiência do mundo”. Doadora 4 “Tem muita facilidade, buscam na minha casa e já levam os potes”. Doadora 5 Quando a doadora 5 teve seu filho, recebeu um cartão que estimulava à doação de leite e orientava como fazer. No início, a família não apoiava e dizia que o Ryan ficaria sem leite e sem se alimentar direito. Quando ele tinha três meses, ela teve a iniciativa de doar porque tinha muito leite, ele não mamava tudo e ela jogava muito leite fora, além dele está se desenvolvendo bem. Então ela disse: "Tem tantas crianças precisando e eu que tenho muito leite estou jogando fora, então é melhor ajudar! Ela foi orientada pelo Banco de Leite do HUAP e eles vão buscar em casa. Agora a família apóia, ajuda, lembra dos cuidados quando ela vai ordenhar e ainda brincam a chamando de 'mimosa'. Relata que a única dificuldade que tem é sentir um pouco de dor porque está se recuperando de uma mastite, mas ainda assim continua doando e diz: Doadora 6 Esta doadora conta que na sua primeira gravidez teve muito leite e queria doar, porém não sabia como fazer, logo ele viu em um site das amigas do peito, ligou e informaram como fazer a doação através dos bombeiros, porém seria difícil doar desta maneira e assim ela não doou na primeira gravidez. Já na segunda gravidez, se informou melhor sobre como doar o leite, e descobriu que o HUAP possuía este serviço, se tornando assim uma doadora. Ela faz a doação há um mês e meio. Ela relata que sente-se muito feliz, por estar contribuindo para saúde de outras crianças, e ainda diz com as seguintes palavras : “O mesmo leite que vejo meu filho se alimentar e crescer, eu quero ver outras crianças crescendo, fico triste porque não pude doar na primeira gravidez. Enquanto eu tiver leite estarei doando”. Doadora 7 Esta doadora conta que durante a primeira gestação tinha muito leite, mas como não sabia como doar acabou jogando boa parte do seu leite fora. Na sua segunda gestação informou-se e é uma doadora de leite há sete meses e meio. No início relatou doar semanalmente, porém nos últimos dois meses a quantidade de leite produzida diminuiu muito e está com medo de não poder mais doar. Se sente muito feliz por doar seu leite e diz que: “Na primeira semana doava meu leite toda semana, mas agora tenho bem menos leite, é menos que um vidro, já nem sei como vou fazer (...)”. |