Na última sexta-feira (21/10), a biblioteca do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde - Fiocruz (ICICT) sediou uma roda de conversa para falar sobre o aleitamento materno inclusivo. Em um primeiro momento a Roda de Conversa teve por objetivo a troca de experiências entre profissionais de saúde que atuam diretamente com mulheres gestantes, puérperas e lactantes na promoção e apoio ao aleitamento materno, discutindo suas condutas junto a pessoas com deficiência, trazendo temas como o capacitismo, e como a rede pode ajudar a romper as barreiras atitudinais.
De acordo com o IBGE, o Brasil tem 18,6 milhões de pessoas com deficiência, o que corresponde a 8,9% da população brasileira com idade igual ou superior a dois anos. A inclusão social se tornou uma política de Estado e tem criado diversas legislações que as defendem. As pessoas com deficiência encontram, ainda hoje, muitas barreiras de sua efetiva inserção na sociedade. Seja a falta de acessibilidade, ainda muito comum, ou mesmo o preconceito social.
Rafaele Ribeiro, Enfermeira do Banco de Leite Humano do IFF/Fiocruz, falou sobre as medidas adotadas pela Rede de Bancos de Leite Humano (rBLH) para romper com o capacitismo presente de forma estrutural na sociedade, entre as medidas estão a prancha de comunicação e a produção da cartilha anti capacitista.
“A gente começou a trabalhar uma cartilha de aleitamento inclusivo como uma das maneiras de romper barreiras capacitistas, que são muitas, a que mais afeta e a que mais aparece na literatura é a chamada barreira atitudinal, que é a falta de crença na capacidade de amamentar da mãe, a descrença no bebê. Precisamos trabalhar e romper com essa barreira atitudinal, desconstruir o capacitismo”, concluiu Rafaele Ribeiro.
A roda de conversa também foi aberta para estudantes das escolas estaduais do Rio de Janeiro. As turmas de ensino médio participaram do evento e das atividades propostas, incluindo um quiz visando conscientizar e informar sobre como fazer da acessibilidade uma habitualidade. Durante a roda de conversa, os estudantes trocaram experiências e tiveram a oportunidade de refletir sobre atitudes e comportamentos capacitistas presentes no dia-a-dia.