rBLH participa da primeira maratona tecnológica em saúde da Fiocruz

Publicado em 23/12/2016 19h:24min.

A Fiocruz promoveu entre os dias 26 e 27 de novembro, no campus Manguinhos, Rio de Janeiro o Hackathon em Saúde da Fiocruz, primeira maratona tecnológica de desenvolvimento de aplicativos e games para o sistema de saúde pública realizado pela instituição. A competição teve seis desafios, divididos nas modalidades Apps e Games, cada um abordou um tema diferente relacionado à ciência, tecnologia e saúde, ligados diretamente a áreas de atuação da Fiocruz. Na modalidade App, os temas foram Rede Global de Bancos de Leite Humano, Monitoramento e Controle de Vetores e Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL). Na modalidade Jogos, os temas foram Acesso Aberto ao Conhecimento e Circuito Saudável.

Foram 60 participantes dos mais diversos perfis: estudantes e profissionais das áreas de design, programação, desenvolvimento, gestão de pessoas e saúde, divididos em 13 equipes. As propostas foram analisadas por uma comissão julgadora formada por 25 pessoas, externas à Fiocruz, de diferentes áreas técnicas. Os jurados receberam uma ficha de avaliação com pontuação de 0 a 2 cada um dos seguintes itens: criatividade; aplicabilidade da solução em relação ao tema proposto; execução da apresentação; design; disruptividade da inovação; e, por fim, viabilidade de execução real da solução apresentada. Os resultados foram somados e divulgados.

Na modalidade APP a equipe Holograma desenvolveu um aplicativo que permite que o usuário faça denúncia caso um determinado estabelecimento esteja infringindo a Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância (NBCAL). “Além da própria denúncia, que pode ser anônima, o app prevê um sistema de dupla verificação nele mesmo: por meio de perguntas direcionadas ao usuário antes de postar a denúncia, e por meio da análise da foto a ser enviada pelo mesmo.

A imagem é analisada por meio de uma funcionalidade fornecida pela IBM, parceira do evento, e o usuário é informado sobre a probabilidade daquele item estar descumprindo a Norma. Por fim, o aplicativo fornece um mapa de alerta, classifica os usuários cadastrados em um ranking de acordo com as denúncias cadastradas e ainda prevê um chat para tirar dúvidas”, explicou Igor Belchior Ferreira, um dos participantes da equipe e tecnologista do Serviço de Informática do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).

Foto: Raquel Portugal (Multimeios/Icict)

A equipe Holograma desenvolveu um aplicativo que permite que o usuário faça denúncia 
caso um determinado estabelecimento esteja infringindo a NBCAL

Em Monitoramento e Controle de Vetores, a NullCoffeeException, embora concorrendo sozinha devido à desistência da outra equipe sorteada, foi avaliada, assegurando a nota para receber a premiação. O aplicativo desenvolvido oferece a possibilidade de o usuário fazer denúncia sobre a existência de criadouros do vetor, capturando a localização e comentários sobre o local. Por fim, o app prevê a criação de mapas de calor, indicando quais são os locais com maior número de denúncias. Os desenvolvedores destacaram a possibilidade do aplicativo ser utilizado para controle de outros vetores além do Aedes aegypti.

Para a Rede Global de Bancos de Leite Humano foi apresentado o app “Leite sobre Rodas”.  O protótipo buscou melhorar o trabalho dos condutores dos frascos de doação de leite humano, otimizando rotas, evitando áreas de riscos e facilitando a comunicação com a doadora. Para otimizar a rota, o Banco de Leite Humano alimenta o sistema e uma rota entre as casas das doadoras é fornecida ao condutor, levando em consideração a validade de seis horas do leite humano transportado. As áreas de risco são alimentadas com cruzamento de informações com banco de dados de outros aplicativos sobre violência, como o fogo cruzado, e são consideradas também na hora de gerar a rota. E, por fim, o condutor tem acesso direto ao Whatsapp da doadora, com quem poderá conversar, estabelecendo ponto de encontro e informando contratempos. Uma vez na residência, o condutor pode tirar fotos e registrar a temperatura e quantidade de frascos coletados. A doadora também conta com um login no app. Para ela, é possível verificar como fazer a ordenha manual do leite humano e registrar a urgência na retirada dos frascos para doação – diante de uma viagem, por exemplo.

Na modalidade Games o Museu da Vida contou com os integrantes da equipe Croma, que conseguiram transformar o encantamento que tiveram ao conhecer o Museu da Vida no game “Muvi”. O jogo foi planejado para conter seis minigames, sendo dois já disponíveis no protótipo (do borboletário e do controle do transmissor da Doença de Chagas).  Além disso, o jogo reúne informações, como os espetáculos em cartaz na Tenda da Ciência, e é integrado ao Facebook, possibilitando que o usuário “dispute” com os amigos quem tem mais pontos no ranking. Quem visitar os locais indicados, ganha ponto extra.

No Circuito Saudável, os integrantes da Equipe Incomum destacaram que fizeram questão de entender todo o processo. A equipe apresentou o aplicativo “Circuito Saudável”, pensado tanto para um usuário geral quanto para a comunidade interna da Fiocruz (cujos dados poderiam servir para melhorar as políticas de acordo com cada unidade). O app contém três áreas principais: o circuito saudável, contendo o boletim da nutrição e receitas balanceadas; dicas, com informações sobre como se alongar, o guia alimentar do Ministério da Saúde, e ainda um “Pac Man Saudável”, jogo cuja missão é manter uma alimentação adequada, acumulando pontos ao ingerir alimentos in natura e perdendo ao preferir os ultra processados. Além disso, o protótipo oferece lembrete para que o usuário não esqueça de beber água ao longo dia ou realizar alongamentos diariamente.

Os integrantes da equipe Vale venceram o desafio do Acesso Aberto com o jogo “Céu Aberto”. Desenvolvidos para celulares, o jogo conta a história de um avião com artigos científicos que foi atacado por uma “publisher malvada”, despejando os papers das alturas. O jogador deve encarnar então o Pedro Gabriel, um robô de última tecnologia que deve buscá-los antes que atinjam o mar. O único modo de perder jogo (e ganhar o Acess Over) é levando os artigos coletados a uma editora de revista científica de acesso pago.

Além do troféu de cada desafio, os primeiros colocados participarão da Campus Party 2017, em São Paulo, com despesas de alimentação, passagens e acomodação, além de um curso de desenvolvimento por meio da plataforma Scrum Half, curso presencial e à distância em Data Science e Big Data Analytics; mentoria técnica sobre o IBM Bluemix ou de negócios, com especialistas IBM e um convite para participação no programa para startups da IBM, que oferece um ano em serviços IBM na nuvem, desde que se cumpram os requisitos estabelecidos.

Foto: Raquel Portugal (Multimeios/Icict)

Equipes no final do Hackathon em Saúde da Fiocruz

Fonte: Ascom Icict/Fiocruz e Juliana Xavier (IFF/Fiocruz)